terça-feira, 4 de agosto de 2009

Sucesso profissional atrapalha a vida amorosa de mulheres

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Enquanto a carreira brilha, o romance empalidece: esse gráfico perverso afeta as mulheres, mas não os homens em altos cargos. CLAUDIA foi atrás de números, análise de especialistas e histórias reais

Dizem que o poder é solitário, mas não é bem assim. O homem poderoso atrai as mulheres. Para ele, o topo é afrodisíaco. Não se pode dizer o mesmo das poderosas. Em 2008, a pesquisa Executivas X (In) Felicidade, realizada pela psicóloga e doutora em administração de empresas Betania Tanure, professora associada da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte – segunda maior instituição de educação executiva do país, de acordo com o ranking da revista VOCÊ S/A (Ed. Abril) –, analisou a superexecutiva às voltas com a carreira, o amor e a maternidade e comprovou o que tantas de nós já sabiam é difícil equilibrar o tempo dedicado à profissão e aquele destinado ao parceiro e aos filhos. Aliás, é complicado até arrumar um parceiro. Embora o estudo tenha abordado o mundo corporativo, ele reflete a realidade de mulheres das mais diversas áreas: para todas é um desafio unir realização profissional e pessoal.

“Pesquisamos um universo de 1034 profissionais que exercem cargos de presidente, vice-presidente, gerente e diretor executivo empregados nas 500 Maiores S.A. (ranking anual do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas, que elege as 500 maiores empresas do Brasil), sendo 25% mulheres e 75% homens. Nessa amostra, 80% dos homens são casados, ante apenas 20% das mulheres”, revela a professora Betania Tanure. O motivo dessa disparidade é óbvio para a pesquisadora. “Num país latino, o papel da mulher é cuidar da harmonia das relações sociais, das tarefas domésticas, da educação dos filhos e se desdobrar em dez. Mesmo ganhando mais do que o marido, ela não se isenta dessa missão”, afirma Betania.

“Toda escolha implica renúncias e, hoje, a balança pende para o trabalho”, diz a psicóloga Rita Khater, professora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCamp). “O problema é que essa opção pode trazer perdas irreparáveis”, enfatiza Luiz Cuschnir, psiquiatra e coordenador dos grupos de gênero do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Ele lembra que uma casa não é feita apenas de quatro paredes e contas a pagar, mas também de aconchego – e isso depende da proximidade do casal e do nível de afinidade que ele tem no intervalo extratrabalho. O drama é que esse intervalo está cada vez menor, mas boa parte das mulheres quer conciliar e não escolher entre profissão e amor. “Todas as conquistas são importantes para elas. A carreira e o convívio com a família são realizações diferentes que se completam”, resume Cuschnir.

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Fonte: Revista Claudia - Isabela Leal

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By: Maristela

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