Para Gloria Kalil, ícone da elegância, praticidade e conforto moram juntos. Admiradora de arte, ela dedica espaço para obras contemporâneas em seu apartamento, quase sem divisórias, mas com privacidade.
Em um privilegiado quarteirão dos Jardins, bairro nobre de São Paulo, ela encontrou seu lugar ao sol. O prédio onde escolheu morar tem vista para uma área bem arborizada repleta de casas térreas, raridade no cenário paulistano. “Tanto o visual aqui de cima como a neutralidade da fachada me encantaram de imediato”, relembra a consultora de moda. “Sempre gostei muito de quadros. Quando as paredes do meu antigo apartamento [localizado no mesmo bairro] começaram a diminuir, resolvi providenciar uma residência maior”, conta em tom de brincadeira. Inicialmente, mudou-se sem alterar a disposição original dos cômodos: quatro dormitórios, escritório, sala, copa, cozinha e lavanderia. Dois anos depois, convidou o professor Joaquim Guedes para revolucionar sua propriedade. Encomenda especial feita ao arquiteto, a mesa de jantar tem 7 m de comprimento e somente dois pontos de apoio no chão. “Nela eu faço minhas refeições, trabalho, organizo reuniões e, eventualmente, ofereço jantares. Não é sempre, mas chego a acomodar 18 pessoas sentadas confortavelmente”, garante a anfitriã, que prefere convidar menos gente para que todos compartilhem a mesma conversa.
Cada coisa no seu lugar
Dois níveis de prateleiras conectam escritório e sala de estar. As de baixo guardam livros de moda e CDs de música clássica, jazz e MPB. As superiores sustentam também vasos de Murano e quadros de tamanhos variados. Atualmente, encontram-se expostos os de Mira Schendel, Antônio Bandeira, Antônio de Alcântara Machado e Carlos Eduardo Uchôa. Mas a disposição pode mudar. “Nem sempre penduro minhas obras de arte justamente para poder realocá-las quando quiser.”
Di Cavalcanti, de 1926, tem lugar fixo no quarto de hóspedes. Se repousam em sua casa, os amigos íntimos de Gloria são instalados com todo o conforto. A suíte tem duas aconchegantes camas de solteiro e uma charmosa sala íntima, com um par de poltronas hollywoodianas. “Encantei-me pela dupla em uma viagem aos Estados Unidos. Enfiei no avião e as trouxe comigo.” O busto de costura italiano, uma verdadeira relíquia que guarda desde a época em que trouxe a grife Fiorucci ao Brasil (no fim da década de 1970), e delicadas cortinas de xantungue de seda pura arrematam a elegância do amplo cômodo.
Flores por todos lados
Orquídeas não faltam no lar da consultora. “Tenho uma relação muito forte com flores. Gosto que estejam sempre frescas e renovadas. Quando era criança, toda terça-feira, a floricultura entregava rosas em abundância na casa da minha avó. Esse costume passou para minha mãe e para mim também. Acho nossas orquídeas maravilhosas. Se bem cuidadas, dão várias floradas.” E isso Jô, sua governanta há 20 anos, faz com destreza. Quando os ramos perdem as pétalas, vão para a varanda e recebem tratamento especial até que fiquem carregados novamente.
.
By: Maristela
.